O “Nada que eu ouça” (Sweet Nothing in My Ear) narra uma difícil decisão de um casal, Laura (surda) e Dam (ouvinte), em deixar ou não que o filho deles, Adam (surdo), passe por uma cirurgia de implante coclear. Nota-se no filme que a família é totalmente adaptada às necessidades dos surdos: a campainha é através da iluminação; o telefone é visual. Tais adaptações (ou seria totalmente normal para a família, afinal a surdez é uma deficiência ou diferença? É uma pergunta retórica, e depende da opinião de cada um) tornam a vida da família muito mais simples, e claro, a comunidade surda na qual eles vivem, ou seja, amigos surdos ou que conhecem a Língua de Sinais e o emprego no qual Laura trabalha com crianças surdas.
O pai do Adam considera que ouvir é algo essencial ao filho, ele quer de coração que seu filho ouça. Dam quer dar ao seu filho o prazer de ouvir uma música, uma sirene, o prazer de ser “normal”. Já Laura, considera a cirurgia arriscada e desnecessária, pois seu filho não é deficiente e acredita que ele deve aceitar-se como é e ser feliz assim. Opiniões são divididas acerca do implante coclear e é o drama de muitas famílias. Não me arriscarei aqui tentando esboçar alguma opinião acerca da cirurgia, tal decisão cabe aos pais e deve ser decidida com ajuda de um profissional. Mas, posso opinar já opinando? É bom olhar para os dois lados da moeda: procure um médico, mas procure uma comunidade surda também! Extremos nunca são saudáveis... Questione um médico, questione um surdo.
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